Propaganda de crédito para empréstimos – Temos visto muita publicidade e propagandas em diversos meios, na TV e principalmente mas mídias sociais tentando nos envolver com empréstimos fáceis, crédito pessoal sem burocracia, financiamentos de imóveis com garantia, veículos, contas digitais e cartão de crédito sem consulta no nome e demais produtos financeiros normalmente só indicam ao consumidor informações básicas e superficiais, mas isso deve mudar.
► Um manual sobre crédito sustentável foi elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) desde o ano de 2014, mas parece não tido o efeito esperado. Ter crédito é bom, claro que é! Poder contratar um financiamento de longo prazo também é excelente, no entanto, a facilidade de obtenção de crédito se usado de forma indisciplinada ou irresponsável pode trazer sérios problemas ao cidadão.
“Todos nós sabemos que a utilização de crédito para obtenção de dinheiro ou de bens deve ser feito de maneira ordenada e planejada, se feito em excesso, os prejuízo financeiros gerados são incalculáveis” Os níveis de endividamento e superendividamento no Brasil esta alarmante. Desde 2013 diversos programas de renegociação foram realizados pelos órgãos de proteção (Limpa nome do Serasa) para aproximar devedores aos credores para juntos encontrarem soluções satisfatórias para ambos.
Propaganda de crédito e empréstimo fácil
Pensando em minimizar esse problema, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) planeja fazer com que as publicidades de crédito, empréstimos e financiamentos tenham alertas sobre os perigos da operação e do superendividamento.
A ideia principal, é que a propaganda de crédito bancário passe a informar através de mensagens, os riscos que envolvem a tomada de crédito em geral com dicas sobre crédito consciente e métodos parecidos.
Já deu para perceber que não tem nada de original na proposta, esse tipo de alerta nós já estamos acostumados a ver nos anúncios que envolvem bebidas alcoólicas, cigarros e remédios. Cada que é feito essas campanhas mas fomento o mercado – é paliativo.
Até que muita propaganda de empréstimo que tenho visto na TV por exemplo, não são tão agressivas, mas nas ruas de São Paulo, nas grandes capitais e por incrível que pareça até nos pequenos interiores das cidades, muitas financeiras e instituições de crédito fazem propaganda de crédito ostensivamente em cima da população, além disso, não passam as informação adequadamente.
Manual sobre crédito e empréstimo sustentável
Atualmente podemos notar que a maioria das instituições privadas e estatais estão tentando melhorar os critérios para conceder crédito, ao pedir um empréstimo por exemplo, as linhas oferecidas são adequadas ao tipo de perfil do cliente, os juros também.
Além do tema de concessão, textos com normas sobre informação disponível deverão ser adequadas a cada tipo de canal de solicitação: agências, internet, mobile, caixa eletrônico etc.
► O manual trará orientação vasta sobre inadimplência e liquidação antecipada. Questões sobre treinamento de pessoal e disseminação de canais para renegociação de dívidas, também serão abordados.
Vale lembrar que essa iniciativa da Febraban não será a tábua de salvação dos endividados ou para quem esta superendividado, nem tão pouco acabará com esse cenário que estamos vivendo atualmente.
O problema do superendividamento e bem complexo e vai demandar alguns anos até que a população tenha consciência financeira para fazer a coisa certa com o próprio dinheiro.
Aqui no Brasil temos uma ideia bem vaga do que será o manual sobre crédito sustentável, mas em Portugal esse tema já faz parte do sistema financeiro a muito tempo. Vamos ver o que está inserido nas propagandas de crédito ao consumidores portugueses.
Na publicidade de produtos e serviços financeiros, no âmbito do crédito aos consumidores, as instituições financeiras devem:
#1 – Indicar a Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG), similar a nossa (CET).
#2 – Apresentar exemplo representativo que inclua, pelo menos:
- O valor total do crédito.
- O prazo de reembolso.
- A taxa de juro anual nominal (no caso de taxa fixa).
- O indexante e o spread (no caso de taxa variável).
#3 – Cálculo da taxa de juros pelo menos no início da propaganda de crédito e indicar o mês a que se refere.
#4 – Nas publicidades que anunciam empréstimos fáceis, financiamentos ou crédito aos consumidores com prestações fixas, indicar com destaque o valor da referida prestação e:
- O prazo de reembolso do início do empréstimo ao final.
- O saldo do financiamento correspondente à prestação anunciada.
#5 – Nas publicidades que anunciam empréstimos, financiamentos ou crédito aos consumidores com prestações variáveis ao longo do empréstimo, indicar:
- Os valores das prestações e o prazo de reembolso.
- O valor pago inicialmente do empréstimo e o final.ando.
- O saldo total do empréstimo, incluindo os juros e taxas.
É fato notório que a propaganda oferecendo crédito pode influenciar as pessoas na decisão de contratar dinheiro financiado à juros, comprar bens móveis e duráveis, além de obtenção de serviços.
Também é fato que em muitos e muitos casos o cidadão é levado pelo impulso de consumo adquirindo empréstimos fáceis e crédito sem necessidade alguma.
Conclusão: Entendo que, para haver uma proteção efetiva do consumidor, deveria existir uma lei regulamentada que colocasse a publicidade das operações de financiamentos, empréstimos fáceis e crédito em geral, dentro dos princípios de licitude, veracidade e respeito pelos direitos do cidadão que consome produtos e serviços financeiros.
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